Proteção à indústria

Entre 2014 e 2016 o Brasil viveu um dos períodos econômicos mais delicados de sua história, resultado de políticas federais irresponsáveis e populistas executadas durante o governo petista. Um dano gigantesco que deixou mais de 14 milhões de brasileiros desempregados, destruiu a credibilidade financeira do país e alcançou recordes de inadimplência.

Desde então, vagarosamente, o país foi se recuperando, muito devido a força do nosso agronegócio, que já abordei em artigos anteriores, e a políticas de incentivo para a indústria, que no final de 2017 começava a apresentar boas perspectivas. Entre 2018 e 2019 voltamos a alcançar números positivos na geração de emprego e havia no setor uma expectativa de crescimento constante nos próximos anos.

Porém a esperança de fortalecimento de nossa indústria, que corresponde por aproximadamente 20% de todos os empregos formais no país, sofreu um revés com a crise causada pelo novo coronavírus (covid-19), que trará consigo uma recessão econômica em escala global. Um cenário inesperado e que exigirá muita atenção do poder público para minimizar o dano que a indústria nacional irá sofrer.

A necessidade desse cuidado é muito simples, uma vez que a indústria é a base de uma extensa cadeia econômica, abastecendo redes, criando tecnologias e fornecendo produtos que estimulam as atividades do agronegócio, comércio e serviços em todo o país. Não há como medir o tamanho do dano que a pandemia do coronavírus irá causar, uma vez que não houve na história recente uma crise semelhante, porém a curto prazo já provoca dificuldades na produção devido a falta de insumos, bem como diminuição na demanda com a queda de vendas.

Combater esse cenário exigirá a criação de novos formatos de tributação, financiamentos e ampliação de créditos para auxiliar o setor industrial, ações que já estão sendo adotadas com força em países como Estados Unidos, Canadá, Espanha, Japão, entre outros. Na Alemanha, além dos exemplos já mencionados, também foram criados fundos de estabilidade econômica tanto para atender dívidas corporativas quanto para assumir participação direta em empresas, se necessário.

Bancos públicos e de desenvolvimento também terão um papel essencial no suporte ao setor produtivo, especialmente na promoção de condições diferenciadas de empréstimos, prazos e juros. Políticas monetárias e legislação trabalhista precisarão ser revistas, uma vez que a realidade atual causará uma mudança drástica na produção, estrutura e execução das atividades profissionais.

A estimativa é que países ricos não apenas irão se recuperar mais rápido da recessão, mas também ocuparão novos espaços de mercados. Um cenário plausível e preocupante, pois com uma economia estabilizada, indústrias estrangeiras terão maior estrutura e uma carga de produção superior, com preços que dificilmente a nossa indústria, enfrentando recessão, seria capaz de competir.

Nesse ponto a atuação do poder público para proteger e blindar a indústria, com ações que podem incluir desde benefícios fiscais até taxas antidumping para importações, será fundamental para mantê-la em condições de disputar com a produção estrangeira e, consequentemente, aquecer a economia local e a geração de empregos.

Vivemos um momento singular na história e o poder público precisará assumir um papel protagonista para minimizar os efeitos da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. Somado aos necessários investimentos na saúde para a preservação da vida da população, as políticas de proteção ao setor industrial serão fundamentais para o futuro do país, uma vez que a nossa recuperação econômica inevitavelmente dependerá desse trabalho.

Paulo Litro é deputado estadual, presidente do PSDB-PR e da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná

A força do agronegócio

Não há dúvidas que o mundo inteiro sofrerá as consequências econômicas causadas pela pandemia do coronavírus (covid-19), uma vez que as necessárias ações de quarentena para conter a sua disseminação afetam diretamente o comércio, indústria e profissionais autônomos.

Neste cenário alarmante, em que basicamente todos os setores enfrentam dificuldades, mais uma vez caberá ao produtor rural e ao agronegócio liderarem o caminho para a recuperação econômica do país. Assim como aconteceu em 2015, quando o país enfrentou uma das piores recessões da sua história, reflexo de políticas irresponsáveis e intervencionistas promovidas pelo governo do PT, será a cadeia produtiva do agronegócio que se manterá firme e com as melhores possibilidades de aquecer nossa economia.

Mesmo no atual período de pandemia, a produção agrícola brasileira continua forte, com crescimento de 13,3% nas exportações de março comparado ao mesmo período do ano anterior, e previsão da maior safra da história, com aproximadamente 251 milhões de toneladas de grãos.

Isso apenas comprova a organização e potencial do agronegócio brasileiro, que atualmente é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo, atrás apenas da União Europeia e dos Estados Unidos, com destaques para produtos como a soja, café, açúcar, proteína animal, milho, entre outros. A força do agronegócio brasileiro reside não apenas no clima favorável e terras produtivas, mas na organização, utilização de métodos de produção modernos, criatividade e, especialmente, capacidade de quem atua no setor.

No Paraná, que é um estado essencialmente agrícola, cerca de 33% do Produto Interno Bruto (PIB) e 70% das nossas exportações provém do agronegócio. Lideramos a produção nacional de proteína animal (frango, suíno e bovino) e exportação de frangos, além de sermos o segundo maior produtor de grãos e o terceiro produtor de leite do país.

Na pós-crise da pandemia do coronavírus, será essencial que o Governo do Estado amplie ainda mais a parceria com o setor, promovendo investimentos constantes para o aprimoramento da estrutura e condições de trabalho. Diversas iniciativas já estão sendo tomadas, especialmente no que se refere ao suporte para pequenos e medios produtores.

No final de março o governador Ratinho Junior anunciou a ampliação da compra de produtos de agricultura familiar, que passou de 22 para 25 mil famílias, e manutenção do programa Tarifa Rural Noturna, que concede 60% de desconto na conta de luz para agricultores que utilizam energia elétrica entre 21h30 e 6h da manhã, beneficiando mais de 12 mil produtores rurais

Outra prioridade são os investimentos para melhoria do escoamento da produção, com a recuperação de trechos importantes de rodovias estaduais, novos investimentos em ferrovias, ampliação de voos regionais e aprimoramento nos portos do estado, ações essenciais para a ampliação das exportações

Iniciativas importantes que buscam minimizar os danos econômicos gerados pela pandemia do novo coronavírus e que, mais uma vez, comprovam que valorizar o agronegócio é garantir que o principal pilar da economia brasileira se mantenha forte, movimentando as exportações, alavancando outros setores comerciais e gerando novas oportunidades de emprego e renda para as famílias.

Paulo Litro é deputado estadual, presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa e presidente do PSDB-PR

Potencialização do agronegócio – artigo de Paulo Litro

É incontestável que o Paraná possui uma vocação para o agronegócio, uma vez que somos beneficiados por uma terra e clima que favorecem o setor e permitem uma imensa variedade de produtos de grande qualidade. Reconhecer essa característica é fundamental para expandir nossa economia e gerar novas oportunidades de emprego e renda para os paranaenses.

Eu nasci e cresci na região sudoeste do Paraná, expoente na cadeia produtiva do leite e da avicultura, o que me permitiu testemunhar de perto a importância desse setor, que é facilmente comprovada em números, uma vez que o agronegócio representa 33% do Produto Interno Bruto (PIB) e 70% das nossas exportações.

Lideramos a produção nacional de proteína animal (frango, suíno e bovino) e exportação de frangos, além de sermos o segundo maior produtor de grãos e o terceiro principal produtor de leite do país. Dados expressivos que podem se fortalecer ainda mais devido ao acordo internacional assinado pelo Mercosul e a União Europeia, que irá abrir novos mercados com expectativa de ganhos de até US$ 70 bilhões em exportação entre os países.

Para potencializar e preparar o agronegócio paranaense, tanto o Governo do Estado quanto o legislativo estão trabalhando em conjunto com o setor para atrair investimentos e promover projetos que contribuam para o fortalecimento do produtor rural. Para isso, estão em desenvolvimento projetos de infraestrutura e logística para melhoria do Anel de Integração Rodoviário, investimentos em ferrovias, ampliação de voos regionais e melhorias nos Portos do Paraná.

Outro destaque são as parcerias e apoios às cooperativas, que apenas no primeiro semestre desse ano já receberam aportes de R$ 170 milhões por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Somado a isso, o governador Ratinho Junior lançou, em setembro, o Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar, que prevê o assessoramento técnico e comercial de micro e pequenas cooperativas.

No Legislativo, tive a satisfação de ser o relator e apresentar parecer favorável para o Projeto de Lei que autoriza a abertura de crédito para o programa Tarifa Rural Noturna, que concede 60% de desconto na conta de luz para agricultores que utilizam energia elétrica entre 21h30 e 6h da manhã. A proposta irá beneficiar 12 mil produtores rurais que dependem da energia mais barata para serem competitivos no mercado.

O agronegócio representa um dos principais pilares econômicos do estado e é necessário que receba atenção constante do poder público, com investimentos para capacitação dos produtores e melhorias estruturais para o escoamento de cargas. Isso naturalmente irá potencializar nossa capacidade de produção e exportação, valorizando nossos produtos e criando cada vez mais um ambiente favorável para o desenvolvimento social e econômico do produtor rural.

Paulo Litro é deputado estadual e presidente do PSDB-PR

“Desemprego e desalento”

Novamente o Brasil teve pouca coisa para comemorar no Dia do Trabalho, que basicamente tem sido uma data para relembrar o difícil momento econômico que vivemos desde 2014. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou o fechamento líquido de 43.196 vagas formais de emprego em março e o alarmante número de 13,1 milhões de pessoas desempregadas.

Um dos efeitos mais devastadores desse cenário divulgado pelo IBGE é o do desalento, contingente formado por pessoas que desistiram de buscar emprego por não acreditarem que irão encontrar oportunidades no mercado de trabalho. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), o Brasil conta atualmente com 4,855 milhões de pessoas desalentadas, um recorde na série histórica e que representa crescimento de 6% em relação ao ano anterior.

Esse grupo é formado especialmente por mulheres (54,31%) e por pessoas com ensino fundamental incompleto (40,6%). Um dos segmentos que apresenta maior crescimento é a juventude, que triplicou o número de desalentados desde 2014 e conta com mais de 1,76 milhão nesta condição.

Mais do que uma questão exclusivamente de trabalho, o desalento é um reflexo da perda da autoestima e esperança em nossa sociedade. É inconcebível que, com o enorme potencial econômico que possuímos, ainda não conseguimos conter o desemprego e oferecer um ambiente minimamente adequado para o desenvolvimento profissional e geração de renda.

Vivemos durante anos uma estagnação nas políticas públicas e uma disputa entre “direita” e “esquerda” que levaram o país a perder a confiança do mercado internacional, ampliar as dívidas públicas e caminhar rumo a instabilidade, resultando no atual caos econômico que tem cobrado, e muitas vezes tirado, de cada brasileiro a possibilidade de uma vida melhor.

Mudar isso exige união e diálogo entre poder público, iniciativa privada, terceiro setor e sociedade civil. Esse trabalho em conjunto tem sido meu principal objetivo na presidência da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), agregando diferentes visões para a construção de projetos que fomentem nossa economia.

Atualmente o Paraná se destaca na contramão do país e gerou 27.114 novas vagas de empregos formais no primeiro trimestre do ano. Resultado do planejamento e implantação de políticas sólidas realizadas pelo governador Ratinho Júnior, que tem buscado garantir a necessária segurança jurídica e fortalecimento dos setores produtivos.

Um exemplo que mostra que o Brasil tem plenas condições de obter números positivos na geração de emprego e renda. Porém, para alcançar isso, é preciso aprimorar as políticas públicas de responsabilidade fiscal, ampliar a capacidade de investimento de estados e municípios e, especialmente, realizar reformas nacionais que há muito tempo já deveriam ter sido feitas. É um processo longo, mas necessário para que possamos vislumbrar a diminuição do desemprego e devolver o país aos trilhos do desenvolvimento.

Paulo Litro é deputado estadual pelo PSDB-PR

“Problema plástico”

O Brasil possui um cenário desafiador no que se refere a políticas sustentáveis e entre os principais problemas estão a destinação, reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos, especialmente em relação ao lixo plástico. De acordo com o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana, cerca de 53% do lixo produzido no país é descartado de maneira inadequada, sendo que 24% dos domicílios brasileiros não contam com coleta.

O lixo plástico, que é um dos elementos mais nocivos para a natureza, possui números ainda mais preocupantes. Segundo o relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização”, o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás de Estados Unidos, China e Índia, e recicla apenas 1,2% desse lixo, muito abaixo da media mundial de 9%.

São mais de 11 milhões de toneladas de lixo plástico produzidos por ano no país, com aproximadamente 2,4 milhões descartados de maneira irregular e 7,7 milhões destinados para aterros sanitários. O efeito disso é devastador, já que é um produto que leva cerca de 400 anos para se decompor e, ao longo desse período, contamina a água dos rios e lençóis freáticos, dificultam a decomposição de outros resíduos e prejudicam a saúde da população.

Alterar esse cenário exige que tenhamos atenção especial em relação ao tema e consciência de que é um processo a longo prazo, uma vez que exige uma mudança de hábito dos brasileiros. Cabe ao poder público oferecer a estrutura adequada para que seja realizada a destinação correta dos resíduos sólidos, bem como promover ações e projetos que mantenham o assunto em pauta ao mesmo tempo que ofereçam avanços práticos sobre o tema.

Com esse propósito, apresentei na Assembleia Legislativa do Paraná o Projeto de Lei n.º 338/2018, que dispõe sobre a proibição de fornecimento de canudos confeccionados em materiais plásticos. Criados para facilitar a ingestão de líquidos por pessoas que enfrentam algum problema físico que as impede de se alimentar normalmente, a utilização desse produto se tornou banalizada e, muitas vezes, desnecessária em nosso dia a dia.

Basicamente a vida útil de um canudo de plástico é de apenas quatro minutos, mas por não serem biodegradáveis, ficarão por centenas de anos poluindo o meio ambiente ao serem jogados fora. Dessa forma, o projeto não apenas contribui para diminuição de resíduos plásticos, mas também busca estimular a discussão sobre a cultura do descartável que impera em nossa sociedade.

Exemplos como a União Européia, que em 2018 aprovou legislação para banir a produção de uma série de produtos plásticos descartáveis, que incluem canudos e copos, mostram que essa é uma tendência mundial para preservação da natureza e bem-estar da população.

Alcançarmos uma sociedade sustentável depende do esforço do poder público, iniciativa privada e comunidades, que precisam atuar em conjunto para estimular o descarte correto e preparar as gerações futuras para que debatam o tema, evitem o desperdício e tornem o reaproveitamento de materiais parte integral do seu cotidiano.

Paulo Litro é Deputado Estadual do Paraná pelo PSDB

Privatizar por quê?

Há praticamente duas décadas, ouvimos a expressão “privatizar” em cada novo de governo, seja ele federal ou estadual.

As privatizações não são apenas mérito deste ou daquele governo ou partido. Elas são algo que vão além disso. Fazem parte de um planejamento, de uma estratégia de Governo e também econômica.

Desde a era Collor, o primeiro a iniciar os processos de privatizações, esta prática tem sido adotada sistematicamente. E, desde então, a discussão do assunto é sempre polêmica. Vejo a privatização como uma boa saída para o momento de crise em que vivemos. Mas, se você pensa que apenas os governos ganham com isso, está enganado.

As estatais, de uma forma geral, recebem também dinheiro dos contribuintes. O meu, e o seu dinheiro, contribui em parte para o processo de fortificação dessas empresas. Faço aqui uma ressalva, que as referidas empresas obtêm lucro quando bem administradas, mas, quando servem para ocultar casos de corrupção, geram ainda mais gastos para a população.

O Brasil possui hoje 151 empresas estatais. No ano passado, elas nos custaram R$ 19,1 bilhões. Cada um de nós, contribuintes, pagamos R$ 92 reais. Até o final de 2017, pagaremos mais de R$ 15 milhões de reais.

Quando as estatais não possuem lucro, o governo, e nós, devemos cobrir seu déficit. Uma das raras exceções está aqui no Paraná, a Copel. A empresa foi a sexta companhia brasileira – a primeira do setor de energia elétrica do País a ter ações negociadas em Nova York, em 1997. Mostrando a sua saúde financeira, no País e fora dele.

Acredito que as forças do Estado, devem sempre estar voltadas para atender a população com serviços de qualidade e humanizados. Além disso, não são poucos os exemplos comprovando que livre da política, muitas empresas deixaram o déficit para encontrarem o superávit modernizando as gestões e, gerando emprego, renda e a contribuição de impostos

É por esse viés que defendo as concessões de algumas empresas. De maus exemplos de administração, o Brasil está cheio. Precisamos sim, encontrar boas práticas e apoia-las para podermos ver nosso país em seu lugar de destaque, que merece.

As privatizações podem contribuir enormemente para nós, contribuintes, para os empresários e, principalmente, para nos dar um alivio neste momento de crise que vive o Brasil.

Porque uma CPI de Questões Fundiárias

A ocupação de terras no Estado do Paraná é algo histórico. Desde 1961, os problemas de conflitos pela posse são motivos de discussões dos Governos Federal, Estadual e Municipal.

Grupos de trabalho foram criados para discutir e buscar soluções para os conflitos que aconteciam, principalmente nas regiões Sudoeste, Oeste e Norte. Em 1965, sob a orientação do Instituto de Reforma Agrária, que depois seria o Instituto Nacional de Colonização Agrária (INCRA), iniciaram os processos de regularizações fundiárias nestas regiões.

De lá para cá, muitas coisas mudaram, outras nem tanto. Ainda acompanhamos ocupações pautadas na violência e desrespeito. O Paraná é o Estado do Sul com maior número de assentados, com quase 19 mil famílias assentadas em 329 localidades no Estado.

Em paralelo a isso, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos e a Ouvidoria Agrária Nacional recomendaram à Organização dos Estados Americanos (OEA) que o modelo institucional adotado no Paraná para tratar os conflitos fundiários seja usado como exemplo para outros estados brasileiros. E é assim que queremos continuar a sermos reconhecidos, pela paz no campo e pelo diálogo aberto.

A Assembleia Legislativa do Paraná instalou recentemente a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Questões Fundiárias, que tem como objetivo, investigar de forma aprofundada as ocupações que acontecem no Estado do Paraná, a demora em liberações de assentamentos, a ausência de utilizações de terras públicas, e o alongamento nos cumprimentos de reintegração de posse, além de outros assuntos diretamente ligados a essas ações.

Como relator, quero estudar casos em que aconteceram desvios, sejam dos órgãos fiscalizadores, de pessoas e movimentos que de alguma forma lesaram o patrimônio e a população paranaense, mas principalmente, que vem incentivando a violência no campo. Além disso, quando ações como esta acontecem, não é apenas a questão legal e judicial dos ocupantes e proprietários que deve ser verificada. As ambientais também são preocupantes e serão levadas em conta na CPI.

Defendo o direito de propriedade da terra, para aquelas que produzem, geram emprego, renda e proporcione o desenvolvimento regional. É impossível, em um Estado como o nosso, que existam terras que não produzam, afinal, somos reconhecidamente um dos maiores produtores de soja do mundo, além de muitos outros números expressivos na agricultura.

Não podemos aceitar que liderados por movimentos, algumas pessoas, sirvam como massa de manobra e acabem ocupando áreas produtivas ou pior, depredem locais que já beneficiou o próprio movimento. De nenhuma forma, queremos fazer a caça às bruxas com esta CPI, mas queremos deixar cada vez mais transparente os processos de assentamentos e também do andamento desses processos.

Nesta semana, enviamos a nove instituições estaduais e federais, pedidos de detalhamento de informações sobre algumas situações que tivemos conhecimento, para que para que nos aprofundemos em algumas situações que estão mal resolvidas no Paraná. Esses documentos embasarão os próximos passos da investigação, que são as oitivas e os apontamentos do relatório.

Além disso, estamos cumprindo rigorosamente o cronograma de trabalho para assim, obtermos os resultados que a população paranaense almeja.

O que espero com essa investigação?  Que as pessoas que produzam neste Estado, que possui muitos números positivos, sejam respeitadas e que as que buscam formas de melhorar as condições de vida e proporcionarem um futuro digno para sua família também tenham seus pedidos atendidos.

O que esperar do segundo semestre?

Estamos entrando no segundo semestre de 2017. Se fizermos um pequeno retrospecto, veremos que as coisas não foram muito boas. Porém, alguns pontos precisam ser lembrados e, principalmente, não podemos perder a esperança de dias melhores no nosso País.

Um item que chama muito atenção, ocorrido nos últimos dias, é o recuo da inflação. Pela primeira vez em 11 anos, houve uma deflação, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de -0,15%. Em 12 meses, a inflação acumulada em junho foi de 3,14%.

Talvez isso não tenha nem afetado o bolso do paranaense e você nem tenha percebido a redução, mas ela é muito importante para que haja uma elevação de poder de compra das pessoas e assim, a roda da economia volta a girar.

Como consequência desse recuo o Conselho Monetário Nacional (CMN), reduziu a meta de inflação para os anos de 2019 e 2020. Para o ano que vem, a meta de 4,5% ao ano ainda será mantida. Em 2019, a meta será de 4,25%. Em 2020, de 4%.

Estamos vendo uma melhora na economia nacional e as projeções para o ano que vem, são bem melhores. Depois de dois anos de recessão, a economia está reagindo e se preparando para crescer.

A expectativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), é um avanço de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e elevou a projeção de crescimento da economia de 1,5% para 1,7% em 2018. Claro que tudo isso depende de uma série de fatores como a estabilidade política e as reformas necessárias para o Brasil.

As reformas são necessárias para que as leis evoluam e sejam correspondentes ao tempo que vivemos. Acredito que seis pontos precisam de reformulações: tributos, previdência, política, economia, orçamentária e trabalhista. Essa última já aprovada.

Precisamos evoluir quando falamos dos tributos pagos em nosso País. Atualmente, os tributos existentes são os mesmos de nações com renda per-capita muito acima do nosso. É necessária também a modernização dos sistemas tributários, os de cobranças e os de prestação de contas, já que a população precisa entender de que forma a sua contribuição está retornando a ela em forma de benefícios públicos.

Defendo um Novo Pacto Federativo, para que as distribuições das obrigações sejam rediscutidas. É inadmissível um município sozinho, ter que investir na educação, saúde, segurança, e outros serviços, com a distribuição tributária que está definida.  Atualmente, a União arrecada 69% da Receita Fiscal, ficando apenas 31% restantes para os demais entes federativos que são os Estados e Municípios.

Precisamos pensar grande para o nosso Brasil. E todos nós precisamos estarmos envolvidos nessas transformações. Começa em nós a mudança de toda a nação. É preciso abandonar velhos hábitos para que possamos cada vez mais, evoluir nosso País e nós, brasileiros, sermos cada vez mais respeitados aqui na nossa terra natal, e principalmente, fora dela.

Desenvolvimento do Paraná

“No cabo de uma enxada
No volante de um caminhão
Na escola em construção
No risco de uma estrada
O meu Paraná eu traço.”

Este trecho do poema Paranista, de Jamil Snege, resume em poucas palavras o povo paranaense. O poeta soube transcrever o que acontece cotidianamente neste Estado. Nem de longe, ele imaginaria que o escrito faria ainda mais sentido em um ano de crise como pelo que passamos.
O resto do Brasil passa por dificuldades financeiras, fato que não é tão sentido no Paraná. Por quê? Por que nós temos um povo trabalhador que ama o seu chão. Além disso, é claro, o Estado foi o primeiro a realizar os ajustes nas contas públicas e, agora, é o primeiro a apresentar sinais de recuperação.

Os números apresentados pelo Paraná são empolgantes. Nas mais diversas áreas como agricultura, indústria, geração de empregos, entre tantas outras. Apenas no mês de abril, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), divulgou pesquisas de resultados muito positivos.

Os paranaenses possuem ligação direta com esses resultados. Na economia pessoal, a poupança cresceu 21,9% desde 2011. Com dados do Banco Central, o saldo depositado na caderneta de poupança dos paranaenses aumentou 81,85% entre janeiro de 2011 e janeiro desse ano, somando R$ 38,3 bilhões aplicados.

Os municípios mesmo com a drástica redução de repasse do Governo Federal, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), também apresentam bons sinais de recuperação econômica. Muitas cidades aumentaram a geração de ICMS. Os 20 municípios que mais geraram ICMS respondiam por 92,75% do total do imposto arrecadado no Estado. O levantamento do Ipardes considerou o valor arrecadado de ICMS pelo município, não contempla as transferências do Estado do imposto (cuja cota-parte dos municípios é de 25%).

O carro chefe do Estado, a agricultura, também está em alta. O Paraná é o maior produtor de soja do mundo. A colheita de 3,6 toneladas por hectare, supera em 4% a média colhida nos Estados Unidos, maior produtor do planeta, que atingiu 3,5 ton/hectare. O volume médio paranaense também é 11% superior à média brasileira, que alcança 3,2 toneladas/hectare.

Mesmo com tantos números positivos, nenhum deles seria possível sem o empenho da população. A indústria precisa de quem produza, o crescimento da poupança se dá a partir da economia feita no dia a dia, que a partir dela, faz a roda econômica girar. A arrecadação do ICMS está diretamente ligado ao consumo, a atração de empresas para o Estado e, consequentemente, o aumento no número de empregos.

Agora, a agricultura, a nossa menina dos olhos, depende do emprenho do homem do campo, do seu amor pela terra, seus cuidados e que também gera empregos, ICMS, aquecimento na indústria de máquinas e que nos prove com alimentos.

A crise existe. Já a vimos e estamos passando por ela, porém, não podemos desistir do nosso País e, principalmente, do nosso Estado. Este é o momento da união, da junção de esforços para o bem maior: os paranaenses.

O resultado dos paranaenses

“No cabo de uma enxada
No volante de um caminhão
Na escola em construção
No risco de uma estrada
O meu Paraná eu traço.”

Este trecho do poema Paranista, de Jamil Snege, resume em poucas palavras o povo paranaense. O poeta soube transcrever o que acontece cotidianamente neste Estado. Nem de longe, ele imaginaria que o escrito faria ainda mais sentido em um ano de crise como pelo que passamos.
O resto do Brasil passa por dificuldades financeiras, fato que não é tão sentido no Paraná. Por quê? Por que nós temos um povo trabalhador que ama o seu chão. Além disso, é claro, o Estado foi o primeiro a realizar os ajustes nas contas públicas e, agora, é o primeiro a apresentar sinais de recuperação.

Os números apresentados pelo Paraná são empolgantes. Nas mais diversas áreas como agricultura, indústria, geração de empregos, entre tantas outras. Apenas no mês de abril, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), divulgou pesquisas de resultados muito positivos.

Os paranaenses possuem ligação direta com esses resultados. Na economia pessoal, a poupança cresceu 21,9% desde 2011. Com dados do Banco Central, o saldo depositado na caderneta de poupança dos paranaenses aumentou 81,85% entre janeiro de 2011 e janeiro desse ano, somando R$ 38,3 bilhões aplicados.

Os municípios mesmo com a drástica redução de repasse do Governo Federal, o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), também apresentam bons sinais de recuperação econômica. Muitas cidades aumentaram a geração de ICMS. Os 20 municípios que mais geraram ICMS respondiam por 92,75% do total do imposto arrecadado no Estado. O levantamento do Ipardes considerou o valor arrecadado de ICMS pelo município, não contempla as transferências do Estado do imposto (cuja cota-parte dos municípios é de 25%).

O carro chefe do Estado, a agricultura, também está em alta. O Paraná é o maior produtor de soja do mundo. A colheita de 3,6 toneladas por hectare, supera em 4% a média colhida nos Estados Unidos, maior produtor do planeta, que atingiu 3,5 ton/hectare. O volume médio paranaense também é 11% superior à média brasileira, que alcança 3,2 toneladas/hectare.

Mesmo com tantos números positivos, nenhum deles seria possível sem o empenho da população. A indústria precisa de quem produza, o crescimento da poupança se dá a partir da economia feita no dia a dia, que a partir dela, faz a roda econômica girar. A arrecadação do ICMS está diretamente ligado ao consumo, a atração de empresas para o Estado e, consequentemente, o aumento no número de empregos.

Agora, a agricultura, a nossa menina dos olhos, depende do emprenho do homem do campo, do seu amor pela terra, seus cuidados e que também gera empregos, ICMS, aquecimento na indústria de máquinas e que nos prove com alimentos.

A crise existe. Já a vimos e estamos passando por ela, porém, não podemos desistir do nosso País e, principalmente, do nosso Estado. Este é o momento da união, da junção de esforços para o bem maior: os paranaenses.